“Mais verdes e com os troncos mais grossos e cheios de folha”. É assim que Túlio Von Randow, produtor de eucalipto em Vila Velha, descreve sua lavoura após adotar o uso do biossólido – fertilizante produzido a partir do lodo de esgoto da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan). Nesta sexta-feira (29), às 14 horas, ele receberá mais 18 toneladas do fertilizante para serem utilizados em seu 1,2 hectare de eucalipto.   A Cesan, em parceria com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), está há seis meses distribuindo o biossólido a oito agricultores da Grande Vitória cadastrados no programa. Randow, que é um deles, conta que é visível a diferença nos pés de eucaliptos onde adotou o uso do biossólido. “A área com cultivo tradicional está ao lado desta que recebe o biossólido. A diferença é observada já na cor da folhagem”, destacou.   Com este resultado, a demanda de interessados em se cadastrar no programa aumentou. Mas, a responsável pela iniciativa na Cesan, a engenheira química Fátima Lima, conta que o programa ainda não poderá ter novos participantes. “Por ser ainda um projeto piloto, só temos licença para atender a um número restrito de agricultores na Grande Vitória”, esclareceu. Lima adiantou que, em breve, a expansão do uso do biossólido será discutida com Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema).   Enquanto isso, o produtor Túlio Von Randow comemora os efeitos do fertilizante também no solo da sua propriedade. “Meu terreno é arenoso, exige muita tecnologia e capital para deixa-lo fértil. Com o biossólido, vi que é possível ter ótimos resultados e estou disposto a investir nisto”, contou. Ele também destacou que após o uso, o solo consegue reter mais a umidade que garante o fortalecimento da planta contra o vento e o sol, responsáveis pela desidratação dos pés de eucalipto.   Só no último ano foram entregues mais de 100 toneladas de biossólido aos agricultores. De acordo com Fátima Lima, a Cesan tem capacidade de produzir 200 toneladas de biossólido por mês, na Unidade de Gerenciamento de Lodo (UGL), situado em Civit I.