A água é hoje um dos insumos mais requisitados no mundo e a sua falta ou má qualidade tem tal influência que pode determinar se o país será ou não desenvolvido, se suas indústria poderão competir com vantagem no mundo globalizado e até mesmo se seus habitantes serão inteligentes e terão boa saúde e vida longa. Essa é a síntese das colocações feitas pelo presidente da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária em Ambiental (Aidfis), Horst Ottestteter, ao abrir o III Acquasur, encontro de especialistas que se realizou durante quatro dias em Buenos Aires, numa promoção da Clorosur. Segundo ele hoje há no mundo 2 bilhões de pessoas que bebem água que em países desenvolvidos não seria usada nem para lavar carros. Outros 1,2 bilhão dariam tudo para ter essa água pois não têm acesso fácil e perdem horas de seu dia em busca de fontes de abastecimento. Conforme o presidente da Aidis as doenças diarréicas associadas à falta ou má qualidade da água estão entres as três principais causas de morte no monte, ao lado da AIDS e das doenças respiratórios. Pelos dados de 2000 da OMS elas foram responsáveis pela morte de 2,2 milhões de pessoas. Olhando de outro ângulo as estatísticas se revelam ainda mais perversas. Pela análise do PIB o maior percentual de pessoas sem acesso (45%) está na faixa dos países cuja renda per capita é de US$ 530. E mais: onde não existe acesso a população paga o custo mais elevado por m³: até US$ 4,00. Ottestteter disse também que as pesquisas mostram que crianças que tiveram dois ou mais episódios de diarréia na infância apresentam um retardo em seu desenvolvimento tanto físico quanto mental o que significa uma desvantagem a mais para a imensa legião dos “sem água”. Preocupação Maurício Pardon, diretor do Centro de Pesquisas da Organização Pan- Americana da Saúde (Cepis-OPS), no Peru, alertou que o mundo todo deve estar focado no cumprimento das Metas do Milênio, entre as quais está a redução até 2015 em 50% o número de pessoas sem acesso à água no mundo. Lamentou porém que apesar de um significativo avanço na cobertura de esgoto, que passou de 66% da população do continente – 497 milhões – para 79%., ainda permaneçam 21% dos latino-americanos sem serviço de esgoto.
A falta ou má qualidade da água tem tal influência que pode determinar se o país será ou não desenvolvido, se suas indústria poderão competir com vantagem no mundo globalizado e até mesmo se seus habitantes serão inteligentes e terão boa saúde e vida longa.