Moradores da região do Parque foram até área de plantio


A comunidade de Tabuazeiro e de bairros do entorno se reuniu na manhã deste domingo (4) para conhecer o projeto de reflorestamento de 18.400m² no Parque Municipal de Pedra dos Olhos. Essa é uma das áreas, entre vários locais onde a mata nativa está sendo recuperada pela Cesan, que contribui para o projeto estruturante Conservação e Recuperação da Cobertura Florestal,do Governo do Espírito Santo, que tem por meta ampliar a cobertura em 30 mil hectares até 2014.

A chuva fina não inibiu a participação de cerca de 60 moradores que foram até a área de recuperação para plantar mudas de mata nativa do Parque. No evento, estiveram presentes lideranças comunitárias como Robson Willian, presidente do Conselho Popular de Vitória (CPV), Sebastião Luis, da Associação de Moradores do Morro do Jaburu e Ivan Rebello, ex-presidente da Associação de Moradores de Maruípe. Representando a Cesan e a Prefeitura de Vitória, parceiros no projeto, o diretor de Meio Ambiente da companhia, Anselmo Tozi, e a secretária Municipal de Meio Ambiente, Sueli Tonini.

Na apresentação do projeto todos ressaltaram a importância da colaboração da comunidade na conservação da área que será recuperada. O engenheiro florestal da Cesan enfatizou que os moradores devem ser parceiros. Serão plantada 2.453 mudas de essência nativa, mas só dará certo se todos ajudarem a preservar, afirmou.

O coordenador das Unidades de Conservação da Prefeitura de Vitória, Edson Valpassos, alertou sobre o risco de incêndios. Inauguramos o Disque-fumaça, que é uma forma do morador informar sobre focos de fogo e o município agir antes que se transforme em um desastre, disse. Já o presidente do CPV lembrou que o esforço será em vão se a comunidade não abraçar o projeto.

A secretária de Meio Ambiente reforçou os benefícios da cobertura vegetal. As árvores evitam que a água da chuva degrade o solo. Até na qualidade do ar o reflorestamento colabora, explicou.
 


Tozi fez um panorama das atividades da Cesan para preservação do meio ambiente, além de destacar que esse reflorestamento tem um valor simbólico. Fizemos todo o preparo com muito carinho, desde a escolha das espécies e mudas até o cuidado de cercar a área para que a mata cresça, disse. O diretor anunciou ainda que será utilizado lodo de esgoto da Estação de Tratamento de Esgoto de Mulembá que, após ser tratado, se transforma em adubo de alta qualidade. Mas para conservar devemos evitar o fogo, o lixo, o acesso de bois ao local e a depredação, enumerou.



Comunidade verde

Após as falas, os moradores foram convidados para subir até o local do reflorestamento para plantar mudas de mata nativa da região. Mesmo se recuperando de um problema na perna, Francisca da Silva Oliveira, de 67 anos, não deixou de subir o morro e fazer a parte dela. Está tudo estragado por causa dos bois. Agora vai ser bom porque recupera a mata, afirmou.

Renata Marçal e o filho José Junior plantam muda no Parque A bióloga Renata Marçal de Souza, moradora do bairro há 47 anos, levou o filho José Carlos de Souza Junior, de 8 anos, para ajudar no plantio. Segundo Renata, havia uma preocupação com a situação do morro, pois até a nascente que há no local estava morrendo e muitos moradores põem fogo nos restos de folhas e lixo. Estou achando a iniciativa maravilhosa. Tem que ter muita conscientização para evitar o fogo. Espero que a população abrace essa causa. Eu adorei a idéia, disse.

Sobre o projeto

Uma área de 18.400 m² será reflorestada no Parque com o plantio de 2.453 mudas de 30 espécies nativas da região. O trabalho está sendo realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Vitória. O reflorestamento trará benefícios para o local como revitalização de nascentes, recuperação ambiental da área de preservação, além, é claro, de valorizar a beleza cênica. Essa iniciativa atende uma condicionante de compensação ambiental da Cesan, referente à implantação da adutora de água tratada de Carapina-Goiabeiras, na BR 101.

O Parque Pedra dos Olhos, localizado no coração da ilha de Vitória, está inserido na Área de Proteção Ambiental do Maciço Central e faz divisa com o Parque da Fonte Grande. Juntos compõem a maior reserva de Mata Atlântica da capital.

Para o reflorestamento, a Cesan contratou profissionais da própria comunidade de Tabuazeiro. A participação é uma forma de envolvimento no projeto, já que a conservação dependerá da colaboração dos moradores. A área será toda cercada, mantendo a mobilidade de quem usa o caminho como travessia, e a Cesan fará manutenção por dois anos para garantir o sucesso do plantio.