Na última segunda-feira (20), o especialista em recursos naturais, Henrique Lobo Gonçalves realizou uma visita à bacia do Rio Mangaraí, que fica em Santa Leopoldina, com a presença de membros da Cesan, Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Incaper e Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Seama). O especialista avaliou de forma positiva o trabalho desenvolvido na comunidade local para a valorização da água. O ponto alto foi a visita a uma propriedade rural onde foram implantadas caixas de tratamento do esgotamento sanitário com função de aproveitamento. A água residual desse sistema é reutilizada na irrigação, fazendo com que o uso da água potável ou até mesmo do Rio seja reduzida. “Esse trabalho desenvolvido com a comunidade local sobre a valorização da água, agregada aos seus usos múltiplos é algo importante. Queria parabenizar também o trabalho com as fossas sépticas implantadas nas propriedades rurais, elas são funcionais e seria um ganho muito grande multiplicá-las para outras regiões”, enfatizou Gonçalves. Disse ainda ter ficado admirado com a mata ciliar, plantada há 20 anos na região, assim que chegou ao rio. “O trajeto possui 10 quilômetros de extensão ao longo do Mangaraí até a foz no Rio Santa Maria da Vitória. Além disso, o desenvolvimento e a diversidade da mata são surpreendentes”, analisou. O especialista contou que devido às chuvas ocorridas nos dias que antecederam a visita o rio estava com elevada turbidez. “Percebemos que o maior contribuinte da turbidez são os solos onde a predominância é de pastagens”, explicou Gonçalves. A Bacia Hidrográfica do Mangaraí, de acordo com Henrique Lobo, é dividida em três planaltos. O mais alto, onde ficam as nascentes, possui muita floresta, o segundo tem predominância de agricultura familiar e o terceiro é voltado às pastagens. “Também notamos que os solos são formandos predominantemente por material mineral”, disse o especialista, que também é membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce. Durante a visita, o especialista pôde conhecer também o Programa RêNaturalize que têm obtido resultados positivos na recuperação do Rio e das espécies que vivem nele. O projeto consiste na utilização de troncos amarrados com cabos de aço em diversos pontos do rio. O método possibilita a redução da velocidade da água, o que permite uma infiltração maior no lençol freático. Projeto Mangaraí O projeto Mangaraí faz parte da carteira de projetos do Programa de Gestão Integrada das Águas e da Paisagem, e prevê a recuperação ambiental da sub-bacia do Rio Mangaraí, que integra a Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria da Vitória. O objetivo é reduzir os sedimentos nos cursos d’água e ampliar a quantidade e qualidade da água.